Relato de caso em Trachemys scripta elegans Case report in Trachemys scripta elegans

Histórico

No plantel do Zoológico do Bosque dos Jequitibás, Campinas – SP, observou-se um espécime de tartaruga-de-orelha-vermelha (Trachemys scripta elegans), fêmea, adulta, com lesão em carapaça de 3,5 cm por 2,0 cm. No dia 23 de setembro de 2019, foi encaminhado à sala médica da divisão de Medicina Veterinária do Zoológico com relato de ferida aberta.

Quadro inicial

No exame físico, observou-se lesão em escudo pleural lateral, costal 2 com exposição óssea e ausência de placa de queratina no local. Lesão com aspecto vivo, tanto nas bordas quanto no centro.

Protocolo empregado

Realizou-se contenção física do paciente manualmente, assim como, higienização da ferida com água oxigenada, clorexidina 2% e solução fisiológica.

No tratamento da ferida, visto o quadro da lesão, escolheu-se a utilização de uma terapia alternativa com o laser de baixa potência (laserterapia). Realizou-se a primeira seção no dia 23 de setembro de 2019, com o protocolo de emissão da luz vermelha e energia de 12J (Joules), com o intuito de analgesia e cicatrização. Posterior a cada seção com o laser, fazia-se um curativo com babosa em gel – gaze – babosa em gel.

No dia 30 de setembro de 2019, avaliou-se a lesão de carapaça e, visto que não estava obtendo melhora cicatricial, decidiu-se alterar o protocolo, passando dessa forma, para irradiação de luz vermelha e infravermelha com 4J de energia em bordas e centro da ferida.

Objetivo do protocolo empregado

Higienização – clorexidine 2%; água oxigenada; solução fisiológica.

Laseterapia com 12J – analgesia e cicatrização.

Laserterapia com 4J – acelerar o processo cicatricial com ação anti-inflamatória na região, bioestimulação e também uma produção de colágeno acelerada.

Materiais utilizados

Laser RIWT, água oxigenada, clorexidine 2%, solução fisiológica, gel de babosa e gaze.

Evolução

Durante reavaliação da ferida no dia 09/10/2019, foi possível observar formação do tecido de granulação, confirmando progresso positivo no tratamento. O protocolo estendeu-se por um período de 2 meses e meio, realizando reavaliações periódicas. No dia 21/10/2019, torna-se perceptível um aumento de queratinização no local acometido. Seguindo, no dia 06/11/2019, foi cedido um exame de diagnóstico por imagem ao cágado pelo Hospital Veterinário Taquaral (HVT), feito pela Dra. Mariana para análise interna do ferimento. Com o exame realizado, foi possível visualizar constância progressiva de melhora, com presença de duas fraturas em carapaça já cicatrizadas de episódios anteriores. No dia 13/11/2019, nota-se tecido ósseo bem recoberto com tecido queratinizado. No dia 09/12/2019, realizou-se a 21ª seção e última do tratamento com laser, percebendo-se que o grau de cicatrização estava em fase final, e a placa de queratina refeita após 78 dias e 21 seções.

Resultado

O animal recebeu alta e realizou-se a soltura em um dos lagos do Zoológico do Bosque dos Jequitibás.